A morte dos PMs aconteceu em 2012, mesmo ano do confronto entre integrantes do primeiro comando da capital e policiais militares que provocaram uma onda de violência no Estado de São Paulo. Entre maio e dezembro, 370 pessoas foram executadas, entre suspeitos e agentes de segurança . A chacina planejada na favela de Heliópolis, a mais populosa da capital, foi revelada por um integrante da própria corporação para os criminosos, segundo a investigação. O inquérito também busca encontrar o delator.
De acordo com a investigação do Ministério Público, em 31 de outubro, houve uma confraternização na sede da Força Tática do 46º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano. O cabo Hailton Borges, 33, teria dito no local, que estava disposto a ir à favela executar os traficantes. O soldado Antônio Paulo, 35, teria se prontificado a participar. Segundo o documento, todo o plano foi executado com o conhecimento do Tenente Leandro Tokuno, comandante direto dos PMs.
A corregedoria da Polícia Militar não tem dúvidas de que a chacina só não deu certo e os PMs acabaram mortos porque os traficantes de Heliópolis foram avisados por um integrante da Força Tática que estava na confraternização. Testemunhas ligadas ao tráfico de drogas confirmaram essa informação aos investigadores.
A mulher de um dos traficantes disse, em depoimento, que os policiais alegaram terem ido à favela "sob pretexto de receber propina".
