A Justiça de Minas Gerais determinou o prazo de 72 horas para que o presidente Jair Bolsonaro e a Petrobras expliquem a mudança de gestão na empresa, segundo despacho assinado nesta segunda-feira 22. A decisão é do juiz federal André Prado de Vasconcelos, da 7ª Vara Cível de Minas Gerais.
A Justiça Federal em Minas Gerais mandou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) explicar em 72 horas a decisão de trocar o comando da Petrobras. Além dele, a companhia também deverá prestar esclarecimentos.
Na sexta-feira (19), o presidente anunciou o general Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco. Nos dias anteriores, Bolsonaro vinha criticando a condução da estatal, principalmente em relação ao aumento do preço dos combustíveis. Apesar da vontade do presidente, a troca não é tão simples, sendo necessário que se siga um rito que leva em torno de duas semanas (leia mais abaixo).
Em sua decisão, o juiz André Prado de Vasconcelos, da 7ª Vara Cível, diz que, "conforme amplamente divulgado pelos veículos de comunicação, a aprovação do indicado para a Presidência da Petrobras depende de deliberação do respectivo Conselho de Administração, ainda não ocorrida".
"Assim, intimem-se os réus tão-somente para manifestação, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, sobre o pedido de liminar, articulando, de forma concisa e objetiva, as razões e argumentos que entender pertinentes e relevantes à discussão da causa", completa.
Procurada, a assessoria de imprensa da Advocacia Geral da União disse que "não comenta processos em tramitação judicial".
A mudança na gestão gerou mau humor entre investidores do mercado financeiro, o que fez a empresa perder parte do seu valor de mercado. Líderes dos caminhoneiros e entidades representativas pedem que o presidente rompa com a política de alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional, mas até agora não houve sinal do Palácio do Planalto nesse sentido.